segunda-feira, 13 de julho de 2009

The Cramps


Essa é uma das bandas mais insanas (se não for a mais) do planeta. Liderados por um cantor que parece ter saído diretamente do hospício e por uma guitarrista que parece noiva do Conde Drácula e que é o cérebro do grupo, os Cramps são uns dos grupos mais anárquicos, divertidos e básicos do mundo. Sua mistura de rockabilly, com história de terror e um visual kitsch, fazem deles os inventores do pshychobilly. Ficou curioso em conhecer essa banda? Pois descobrirá que detrás de seu visual de mulher fatal, com saias curtas, biquínis e saltos altíssimos, Poison é uma baita guitarrista e que Lux, nunca, em hipótese alguma, deveria ter permissão para subir em um palco sem estar com uma camisa-de-força. Essa combinação única rendeu aos Cramps uma idolatria e uma personalidade única. E nunca mexa com Poison, ou a garota de biquíni pode puxar uma metralhadora e aí você terá que correr mais do que Lux em cima de um palco...Há mais de 30 anos atrás, em 1972, Erick Purkisher (nascido no dia 21 de outubro de 1946, em Stoh, Ohio) viu uma gata pedindo carona em uma estrada da Califórnia. Parou sua moto, ofereceu uma carona. A gata em questão era Kristy Wallace (nasceu no dia 20 de fevereiro de 1953, em Sacramento, Califórnia) e de cara apaixonaram-se. Os dois estavam indo para uma mesma escola estudar Arte e Xamanismo (nem me perguntem onde era o curso, pois não faço a menor idéia...)
Desde cedo resolveram adotar nomes diferentes ao de batismo: Erick tornou-se Vip Vop e Kristy, Poison Ivy Rorschach, nome tirado de um sonho (Rorschach é também o nome do famoso teste do borrão de tinta). Durante dois anos perambularam por Sacramento fazendo coisas totalmente ilegais e mundanas até começarem a ser perseguidos pela polícia local. Resolveram então deixar a cidade e mudar para a pequena Akron, em Ohio. Um dia, Erick (ou Vip Vop) viu um anúncio de carro com os dizeres "lux interior" e resolveu adotar esse nome. Nascia a dupla de insanos Lux Interior e Poison Ivy. Foi nessa época em que viviam em Sacramento que realizaram uma viagem que mudaria a vida do casal. Os dois ouviram um boato que se fossem até Memphis poderiam comprar discos da famosa gravadora Sun Records a granel e por uma ninharia. Lux e Ivy montaram então em sua perua Chevey 61 e foram até a cidade, mais precisamente até uma loja chamada Selective Hits, que ficava em um armazém da antiga gravadora. Lotaram a perua com raridades em 78 e 45 rpm. Para se ter uma idéia, compactos raros e numerados do antigo e esquecido cantor Billy Lee Riley custava a ninharia de 18 centavos. A paixão pelo gênero aumentou ainda mais em Akron, onde, segundo Lux, muitas pessoas chegavam com discos dos anos 50 para vender em sebos. Uma das maiores preciosidades do casal é um compacto dos Teen Kings, banda de Roy Orbison, antes de fazer sucesso como cantor, gravando pela mesma Sun. Foi essa paixão que os estimulou a formarem um grupo.
Seguindo totalmente a linha oposta de outros grupos, a loira Ivy assumiu a guitarra, pegando os poucos acordes que tinha aprendido com o irmão e os desenvolvendo ouvindo os discos que tinham. Lux resolveu ser cantor, após assistir uma apresentação de Marc Bolan. Ao perceberem que em Akron dificilmente conseguiriam arranjar pessoas interessadas em montar uma banda, mudaram para a única cidade, na visão deles, que qualquer pessoa iria se quisesse sucesso: Nova York. Vale citar que Akron foi a terra de duas figuras fundamentais da cena punk e new wave: os insanos Devo e Chrissie Hynde, dos Pretenders.Resolveram então se intitular Cramps, nome tirado quando Poison viu uma capa de disco dos Kinks. Em fevereiro de 1976, Lux encontrou um sujeito estranho de quem gostou e ficou amigo: Brian Gregory. Gregory havia chegado de Detroit para tentar a sorte como artista gráfico. Os três se reuniram no dia em que Ivy completava 23 anos e resolveram montar um grupo. Três dias depois resolveram fazer um ensaio e, para surpresa de Poison, Brian surgiu com uma guitarra Flying V. Poison e Lux não tiveram coragem de dizer para Brian que eles queriam um baixista, já que Gregory havia gastado toda sua grana com o instrumento. Como eles nunca quiseram formar uma banda que tivesse mais do que quatro pessoas, resolveram que não teriam um baixista. Faltava agora apenas um baterista. Brian resolveu logo o problema, sugerindo que sua irmã Pam assumisse o posto. Em junho, Pam veio de Detroit e logo foi apelidada de Pam Balam. Os quatro passaram a ensaiar diariamente em um porão de uma loja de discos e o repertório era, basicamente, canções dos anos 50, junto com algumas composições de Lux e Ivy, entre elas, “TV Set”, “I Was a Teenage Werewolg” e “Don’t Eat Stuff Off the Sidewalk”. Mas essa formação jamais fez sequer uma apresentação e no mês de agosto, Pam retornou para Detroit.
Em setembro outra garota resolveu ser a baterista, Miriam Linna. Passaram mais dois meses ensaiando e montando toda a concepção sonora e estética dos Cramps e no dia 1º de novembro, debutaram no palco, abrindo para o Suicide, no CBGB. O show foi marcado pela inexperiência do grupo, que teve a má idéia de tocar todas as cordas de suas guitarras antes de entrarem em cena. O resultado foi que tocaram totalmente fora do tom e desafinados. Mesmo assim, a platéia formada por punks, adorou o grupo e conseguiram permissão de Hilly Kristal, dono do clube, para tocarem lá regularmente. Começaram então a fazer shows por toda a cidade, vários deles abrindo para os Dead Boys e Ramones. O repertório era formado por canções de Roy Orbison, Link Wray e músicas próprias. Em junho de 1977 resolveram gravar algumas canções com o produtor Richard Robinson, mas o resultado ficou aquém do esperado. No mês seguinte, os Cramps foram a atração principal de um festival no próprio CBGB. Nessa época Linna deixou o grupo, indo tocar em várias bandas como The Zantees e The A-Bones. Entra em seu lugar outra figura igualmente estranha, Nicholas Stephanoff, de Cleveland e que era chamado de Nick Knox. Nick já havia sido baterista do The Electric Eels, grupo que teve em sua formação algumas figuras do Pere Ubu. Nessa mesma época o grupo ganha um fã de respeito e que queria produzir a banda: Alex Chilton. Após uma reunião, resolveram que todos iriam para Memphis - lar do rock and roll e de Chilton - para trabalharem em novas canções.
Trabalharam no estúdio Ardent e em outubro já tinham várias músicas, entre elas, uma cover de “Domino” (Roy Orbison), “The Way I Walk” (Jack Scott), “Surfin’ Bird” (Trashmen), “Lonesome Town” (Rick Nelson), “Rockin’ Bones” (Ronnie Dawson) e material próprio - “Human Fly”, “Twist and Shout” e “The Mad Daddy” (uma homenagem de Lux a um DJ de Ohio, Pete Myers. E já que estavam em Memphis, gravaram no estúdios Sam C Philips, uma cover de Sonny Burgess, “Red Headed Woman”, tendo a participação de Jimmy Dickinson. Em dezembro, a banda viaja com Chilton para Londres, onde iriam remixar algumas faixas. Chilton havia feito um contato com a gravadora Ork, que acabou não assinando com o grupo. O jeito foi montarem um selo próprio (Vengeance) e lançaram o compacto "Surfin' Bird"/ "The Way I Walk", em abril de 1978, e que acabou vendendo 6 mil cópias. Foi com esse compacto que os Cramps adotaram um logotipo, inspirado nas histórias "Tales from the Crypt". Em maio, fizeram um filme de três minutos, de baixíssimo orçamento, inspirado na canção "Human Fly" e embarcaram para a primeira turnê na costa oeste norte-americana. Abriram shows para as Runaways, de Joan Jett, no Whisky A Go-Go. Mas talvez o momento maior tenha sido o show em uma instituição psiquiátrica no hospital Napa State
Em novembro lançam o segundo single, "Human Fly"/ "Domino" e no começo de 1979 entraram em estúdio com Chris Spedding (que havia produzido a primeira demo dos Sex Pistols) para comporem novas canções e mostrarem para as grandes companhias. Nessas sessões gravaram cinco músicas: "Weekend on Mars", "Twist and Shout", "Teenage Werewolf", Rockin' Bones" e "Mad Daddy". Acabaram convidados para abrirem um show do Clash, em Nova York, e conseguem um contrato com a gravadora I.R.S., de propriedade de Miles Copeland III, irmão de Stewart Copeland, baterista do Police. Foi nessa época que a banda cunhou um termo no qual seriam considerados os maiores expoentes: pshychobilly. Lux explica como surgiu esse nome: "enquanto muitas bandas caíam de boca no punk, nós mergulhamos de cabeça no rock and roll dos anos 50 - que era o rockabilly - e misturamos com os grupos punks de garagem dos anos 60, de rock instrumental, psicodelismo, soul music, tudo com muita velocidade. Essa mistura rendeu o termo pshychobilly." Copeland tinha adorado a postura demente em palco, com Lux destruindo vários microfones e Poison Ivy, sempre de saia e salto alto tocando sua guitarra Gretsch. Aliás, Poison disse que nunca sofreu preconceito por parte dos homens pelo fato de ser guitarrsta: “às vezes um idiota tenta mexer comigo quando entro em uma loja de instrumentos me chamando de gatona. Quando me reconhecem, dizem que tenho uma pegada pesada como a de um homem, tentando me elogiar”, explica Ivy. Em junho parte em uma turnê com o próprio Police e lançam o EP Gravest Hits, com cinco músicas: "Human Fly", "The Way I Walk", "Domino", "Surfin' Bird" e Lonesome Town". No mês seguinte voam para Memphis para gravarem o primeiro LP do grupo, Songs The Lord Taught Us, com produção de Alex Chilton. O disco foi lançado apenas em maio de 1980 e fez um certo furor na parada independente inglesa.
Enquanto Chilton trabalhava nas canções, o grupo saiu em mais uma seqüência de shows pela América e Europa. Em abril, se encontram com Lindsay Hutton, que sonhava em montar o "The Legion of Cramped fan club", ao lado de um amigo apaixonado pela banda. O nome do rapaz? Morrissey. O fã clube encerraria as atividades em agosto de 1983, a pedidos de Lux e Ivy. E foi nessa excursão que algo insólito aconteceu: após um show em Berkeley, Brian Gregory, pegou a van com todo os equipamentos da banda, guiou a noite inteira e nunca mais apareceu. Os integrantes pensaram que Brian havia morrido, mas souberam, anos depois, que o mesmo havia montado um grupo chamado Beast e que estava vivendo na Flórida, trabalhando em sex shops, fazendo tatuagens e traficando. Brian acabaria morrendo no dia 10 de janeiro de 2001, em Anaheim, na Califórnia, mas nunca teve o perdão de Lux e Ivy. "Quando ele fugiu com nossa van e todo o nosso equipamento, nos deixou em uma situação tremendamente complicada. O pior que nunca mais nos procurou para se explicar, por isso nunca mais quisemos saber dele", disse Ivy. Sem Brian, convocaram às pressas Julien Griensatch, que deixou o grupo em setembro, mas participando ainda do filme Urgh! A Music War, um festival realizado por Copeland com várias bandas importantes (Echo and the Bunnymen, XTC entre outros) e que se encerrava com um show do Police. Ainda nesse mês sai um outro single "Drug train", ainda com a participação de Brian. Lux e Ivy resolvem deixar Nova York e mudar para Hollywood.
Com a saída de Julien, o grupo precisava de mais um integrante e conseguiram um fã maluco que tocava em uma banda chamada The Gun Club: Kid Congo Powers. Kid foi notado após jogar um tijolo em uma janela da casa de Lux e Ivy como forma de chamar a atenção. Em dezembro a banda viaja para Londres e realiza um show no Lyceum e finaliza as gravações do segundo disco Pshychedelic Jungle. Sem Chilton, a produção fica por conta do próprio grupo, fato que se repetiria nos demais discos. O álbum é lançado em abril de 1981 e o grupo volta para a Europa em maio para uma série de shows. Em novembro, o grupo é convidado pela televisão ABC para um especial de Halloween, ao lado de Maila Nurmi, que viveu nos anos 50 a personagem Vampira, e que tinha participado do filme Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood. Em janeiro de 1982, o grupo processa a I.R.S., exigindo mais de US$ 1,1 milhão. O processo se arrastou por dois anos e durante esse período a banda ficou proibida de lançar qualquer disco. A solução era excursionar e foi o que a banda fez incessantemente. No outono daquele ano, Nick precisou fazer uma cirurgia no olho de emergência e foi temporariamente substituído por Terry Graham, do Gun Club. A cirurgia acabaria deixando Knox vesgo.
Em fevereiro de 1983, o grupo realizou dois shows no Peppermint Lounge, nos dias 25 e 26, que acabariam sendo usados como um novo disco ao vivo. Enquanto isso, a I.R.S. lança uma coletânea da banda ...Off The Bone. No segundo semestre, Kid Congo volta para o Gun Club, e o grupo lança o mini-LP Smell of Female, pela Enigma, na América, e pela Big Beat, no Reino Unido, em novembro, após um acordo extra-judicial com a I.R.S. que nunca ficou bem explicado. No futuro, Congo tocaria em várias bandas e entre elas, com os Bad Seeds de Nick Cave. A saída de Congo também marcaria de alguma forma o final da formação com dois guitarristas e nenhum baixista. O primeiro chamado para substituí-lo foi um primo de Knox, Ike, entrando depois Click Mort. Em 1984, o grupo participou da trilha sonora do filme The Return of The Living Dead. Nick, Ivy e Lux entregaram "Surfin' Dead", em três dias e nessa faixa o baixo ficou por conta de Lux, o primeiro instrumento que tocou na vida. Também participaram de um especial para o programa The Tube e também fizeram um show em Nova York com o lendário Screamin' Jay Hawkins. Nesse ano sai a coletânea Bad Music for Bad People, uma compilação de aproximadamente 31 minutos, com 11 faixas, aproveitando lados B e raridades dos tempos da I.R.S.. Uma curiosidade é a faixa "New Kind of Kick", que foi regravada pelos malucos escoceses do Jesus and Mary Chain. Vale um destaque especial para a capa do disco.
O grupo passou todo o ano de 1984 procurando um novo integrante, mas não conseguiu encontrar e, em 1985, lançam um novo single "Can You Pussy Do The Dog?", com Ivy tocando guitarra e baixo. A canção alcançou a primeira posição na parada independente da Inglaterra.Em fevereiro de 1986 lançam um novo disco, A Date With Elvis, que só teria uma edição americana em 1990. O disco alcançou novamente a primeira posição na parada independente e ficou por lá durante sete meses. Além de "Can You Pussy Do The Dog?", outro hit era "What's Inside a Girl?". A banda parte em shows para promover o disco com Fur, no baixo, que faz sua estréia no grupo no dia 7 de março em uma transmissão da BBC Radio One. O grupo ainda encontrou tempo para participar da estréia do filme "The Return of The Living Dead" e se apresentam novamente do programa The Tube, tocando "What's Inside a Girl" e "Hot Pearl Snatch". Em abril, "What's Inside a Girl" vira single, tendo, no lado B, duas canções, "Andy Starr's Give Me a Woman" e "The Man-Eaters' Get Off The Road". Essa última foi igualmente lançada como lado B de “Kizmiaz”, novo single do grupo e que saiu em junho. No encarte do disco dedicam o trabalho ao cantor Rick Nelson, um dos maiores ídolos adolescentes dos anos 50 e de quem tinham gravado "Lonesome Town", em Gravest Hits. Rick, que havia se tornado cantor para impressionar uma namorada sua apaixonada por Elvis Presley, acabou se tornando um enorme sucesso e morreu no dia 31 de dezembro de 1985, aos 45 anos. Ivy considerava Nelson o mais bonito de todos os cantores dos anos 50. "Ele era maravilhoso e dono de uma voz linda. Ficou muito marcado como um ídolo teen, mas eu era simplesmente apaixonada por ele."
Após o final da turnê européia Fur foi demitida por ter exigido uma montanha de dinheiro para permanecer no grupo. O futuro de Fur seria bizarro. Faria participações em dois programas da série Alfred Hitchcock Presents, dedicado às histórias de terror (e que chegou a passar aqui no Brasil) e virou uma cantora de folk com o nome Fur Dixon. Lux reclamava então das dores de cabeça que era conseguir um quarto membro fixo para os Cramps. "Uns nos roubam, outros desistem rápido e agora vem a Fur, que estava jogado às moscas e se divertindo com a gente, fazer exigências absurdas. Ela não é uma grande baixista para pedir tanto. Isso tudo me deixa muito puto." Mas a saída da baixista acabou causando atraso nos shows que os Cramps iria realizar na Austrália e Nova Zelândia. Mas a sorte sorriu para a banda e conheceram Candy Del Mar, que topou entrar no grupo. Com ela gravaram outro disco ao vivo, Rockinnreelininaucklandnewzealandxxx, gravado no dia 30 de agosto, em Auckland, na Nova Zelândia e que foi lançado no mês seguinte, ficando em quarto lugar na parada independente inglesa. O grupo passou boa parte de 1988 descansando e, apenas em outubro, entraram em estúdio com a intenção de gravar um disco que pudesse chamar a atenção de um grande selo. Um intervalo para fazerem quatro shows comemorativos ao Halloween, a festa favorita de Lux. No início de 1989, o diretor John Waters, especialistas em filmes cults e B, convida o grupo para participarem de seu novo filme, Cry-Baby. A banda grava "King of The Drapes", "Teenage Rage" e "High School Hellcats", ao vivo, em um gravador de dois canais. No entanto, as canções foram recusadas por pelos produtores. Porem, acabaram conseguindo um contrato com a Engima, que agora pertencia a EMI.
Em janeiro lançam um single excepcional e que ficou na 35ª posição da parada inglesa (não era mais a independente) e que teve um vídeo divertidíssimo veiculado maciçamente na MTV.No mês seguinte sai o novo disco, Stay Sick!, com uma bela foto de Ivy na capa e Candy del Mar fixada como baixista. A banda é também destaque na capa da coletânea The Last Temptation of Elvis, feita pelo semanário inglês New Musical Express. O grupo participa de três grandes festivais, na Dinamarca, Finlândia e Reino Unido, além de mais 42 apresentações na América. Ao final da gigantesca turnê, o grupo perde Candy del Mar e Nick Knox, que deixam os Cramps. Knox estava cansado da vida de viagens e de ser apenas um coadjuvante do casal Lux e Ivy, e volta para Nova York. Os dois foram substituídos por Slim Chance (ex-Mad Daddys) e Jim Sclavunos (ex-Teenage Jesus and The Jerks e que depois tocaria, assim como Kid Congo, com Nick Cave and the Bad Seeds). Com os dois, lançam outro disco, Look Mom No Head!. O disco tinha como maior destaque a participação de um grande fã da banda na faixa "Miniskirt Blues": Iggy Pop. Mas a maior surpresa viria a seguir: Sofia Coppola, filha do famoso diretor Francis Ford Coppola, convida Lux para fazer alguns overdubs de gritos no novo filme do pai, Dracula. O grupo perde Sclavunos, entrando rapidamente Nickey Alexander (Weirdos) em seu lugar, que logo dá lugar a Harry Drumdini. Seria com Slim e Drumdini que gravariam os dois próximos discos. Em 1993 participam do programa "Beavis and Butt-Head", com o vídeo de "Bikini Girls". A banda consegue um contrato com a Warner e lançam em 1994, Flamejob. A gravadora queria que o grupo conseguisse vendas expressivas como as de Stay Sick!, com mais de 200 mil cópias, fato que surpreendeu, inclusive, a banda.
Em 1995, o grupo sai para outra série interminável de shows, passando pela América do Sul (alguém poderia me dizer se vieram ao Brasil? eu não me lembro!), Europa e Japão. Em uma de outras bizarrices fizeram uma ponta no seriado Beverly Hills 90201, que passou nos trópicos com o ridículo título de Barrados no Baile (ok, o seriado era igualmente idiota...) Dispensados pela Warner, migram para a Epitaph e lançam em 1997 Big Beat from Badsville (que milagrosamente saiu aqui no Brasil, e que cansei de vender quando trabalhava na Sweet Jane, por 12 reais!) e outra tour. A Epitaph é conhecida como um selo de "speed punk". O acordo surgiu de uma maneira inusitada. Lux explica: "eles ligaram para a Medicine Records, o selo da Warner pelo qual gravamos Flamejob e perguntaram o motivo do disco não ter saído em vinil. A Medicine disse que o vinil era algo sem valor, pré-histórico e então a Epitaph pediu autorização para lançá-lo nesse formato. Eles nos chamaram para conferirmos a qualidade das prensagens e ficamos maravilhados com o trabalho. Por isso, quando saímos da Warner assinamos com eles." Lux afirma que o fato de serem um selo de bandas punk não o incomoda: "eu não estou muito familiarizado com esse rótulo de 'punk music'. Tenho idéias diferentes do que é ser punk, do período em que começamos e tínhamos essa veia punk. Hoje o gênero está mais rápido, alto e duro, mas eu não vejo problema nisso, pelo contrário, porque estão dando emprego para novos grupos e pessoas que gostam do gênero e querem divulgá-lo. Para mim, o nome punk é tão vasto! Isso me lembra quando fomos chamados pais do psychobilly. E até hoje considero William Burroughs (escritor beat, autor do livro Naked Lunch) o maior punk do planeta!"
Download:
All tore up(1979 demos)
Live at CBGB's New York(13/01/1978)
Unleashed & Unreleased
Psychedelyc Jungle
Of The Bone
Songs the Lord Taught Us
Bad Music For Bad People
Stay Sick
Fiends of Dope Island
A Date With Elvis

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